A Embaixada do Brasil em Portugal vai aproveitar a presença do ministro da Justiça, Flávio Dino, na comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para reforçar o pedido de recursos com o intuito de bancar a extradição e a transferência de brasileiros que estão presos em cadeias portuguesas.
Os detidos que tiveram a sentença de extradição aprovada pelos tribunais de Portugal esperam recursos para o transporte deles para o Brasil, já que o governo português se recusa a arcar com esses custos. A primeira leva deve beneficiar 20 presos. É importante ressaltar que a extradição é de interesse das autoridades brasileiras. São pessoas que cometeram crimes no Brasil, foram julgadas e condenadas em última instância.
O que tem preocupado os órgãos de segurança é que Portugal se tornou um dos principais destinos de bandidos brasileiros fugitivos da Justiça. Neste ano, foram capturados quase duas dezenas, alguns com condenações de até 20 anos de prisão por assassinato, tráfico de drogas, estupros e abusos de menores. Há, inclusive, sinais claros de envolvimento de alguns deles com o Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa do Brasil.
Além de dinheiro para acelerar as extradições, o embaixador Raimundo Carreiro usará a conversa com o ministro da Justiça para também disponibilizar apoio à transferência de brasileiros que cometeram crimes em Portugal, foram condenados, mas querem cumprir parte das penas no Brasil, onde as leis são mais favoráveis para a progressão do tempo de reclusão. Nesses casos, não há nenhuma verba prevista.
O tema, inclusive, pode entrar na pauta da Cimeira que reunirá Lula, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, e o primeiro-ministro, António Costa. O líder brasileiro estará em Portugal entre os dias 21 e 25 de abril.