Totalmente dependente do Tesouro Nacional, a Telebras acumula prejuízos de R$ 568,6 milhões em três anos — 2018, 2019 e 2020 — como mostra balanço publicado pela empresa. Não fosse o aporte de R$ 1,5 bilhão feito pelo governo na companhia em 2020, ela sequer teria patrimônio para ficar de pé. A Telebras foi ressuscitada nos governos petistas.
Em 2020, especificamente, a empresa registrou perdas de R$ 106,2 bilhões. O número representa redução em relação a 2019, quando os prejuízos totalizaram R$ 237,5 milhões. Essa melhora tem a ver com o aumento das receitas operacionais brutas, que passaram de R$ 264,5 milhões, em 2019, para R$ 328,9 milhões, no ano passado.
Especialistas, no entanto, questionam a sustentabilidade da empresa, que tem um custo de pessoal crescente. Entre 2019 e 2020, a folha passou de R$ 80,9 milhões para R$ 95,9 milhões, devido à recomposição salarial pela inflação e a incorporação de aumentos previstos em acordos coletivos anteriores.
Patrimônio líquido em queda
É importante ressaltar, ainda, segundo especialistas, que, por conta dos prejuízos seguidos, mesmo com toda a injeção de recursos feita pelo Tesouro Nacional, o patrimônio líquido da companhia voltou a cair. Recuou de R$ 1,646 bilhão para R$ 1,553 bilhão nos últimos dois anos.
Nos demonstrativos financeiros encaminhados ao mercado, a Telebras classifica o ano de 2020 como “desafiador” e assegura que conseguiu cumprir “sua missão institucional” de ampliar o atendimento de internet às comunidades mais remotas do país, nas quais não há nenhuma ou pouca conexão. Já são 13 mil pontos espalhados pelo país.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, na tentativa de enxugar o tamanho do Estado e de cumprir sua meta de faturar R$ 1 trilhão com as privatizações, incluiu a Telebras na lista de empresas a serem vendidas. Mas, assim como as promessas de Guedes ficaram no discurso, a companhia está cada vez mais distante do programa de desestatização.
Brasília, 10h21min