Em pânico, mercado praticamente suspende negociações

Publicado em Economia

O pânico que tomou conta do mercado financeiro com a possibilidade de o governo de Michel Temer ser apeado do poder praticamente parou as negociações com dólar, títulos públicos e ações. Os investidores estão atônitos e os preços dos ativos, descontrolados.

 

Com queda de mais de 10%, a Bolsa de Valores de São Paulo suspendeu as negociações para tentar acalmar os ânimos. Depois de 30 minutos, reabriu, mas continua em queda. No mercado de câmbio, a ordem é só fechar negócios que não podem ser adiados. O mesmo vale para as operações no mercado de juros. O Tesouro Nacional suspendeu o leilão semanal de títulos públicos, devido à forte volatilidade dos mercados.

 

No mercado de juros, os contratos com vencimento em janeiro de 2019, os mais negociados, subiram 1,6 ponto percentual, para 10,41% ao ano. O dólar está cotado a R$ 3,31 para venda, com alta de 8,42%. Não há perspectivas de volta à normalidade ao longo do dia, pois muitas informações sobre as delações dos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, ainda estão por ser liberadas.

 

Os investidores já dão como certa a queda de Temer, por falta de sustentação política. As prisões de Andreia Neves,  irmã do senador Aécio Neves, do PSDB, e de um procurador da República só alimentaram as desconfianças dos investidores em relação ao futuro do atual governo.

 

A dica para os investidores é cautela. De nada adiantará entrar no clima de pânico, pois os riscos de perdas são grandes. Hoje, o mercado deve ficar restrito aos profissionais. Pequenos e médios investidores devem ficar apenas observado.

 

O Brasil entrou em um rota perigosa. Está à beira do caos. A possível queda de Temer e as suspensão das reformas trabalhista e da Previdência podem trazer de volta o clima de terror que imperou em 2015, quando o país registrou retração de 3,8%.

 

Os investidores mais exaltados dizem que os donos da JBS optaram por salvar o grupo, que está muito enrolado e por ser alvo de seis operações da Polícia Federal, e rifar o país.