Em dois dias, bolsa perde R$ 55,3 bilhões em valor de mercado

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

A retomada da guerra comercial entre Estados Unidos e China fez a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) recuar por dois dias seguidos, embalada pelas pelas bolsas internacionais. Em valor de mercado, as empresas listadas na bolsa paulista tiveram uma desvalorização de R$ 55,3 bilhões nesse período, conforme levantamento feito pela Economática.

 

Os dados foram levantados em um comparativo dos valores de mercado das empresas listadas na bolsa paulista desde sexta-feira (3/5) até esta terça-feira (7/5).  Os bancos Bradesco, Itaú e Santander lideraram o ranking das perdas, segundo os dados da consultoria. Bradesco desvalorizou R$ 10,6 bilhões nesse período; Itaú, R$ 9,2 bilhões; e Santander, R$ 6,9 bilhões. 

 

A Petrobras ficou em quarto lugar. O valor de mercado da estatal foi reduzido em R$ 5,3 bilhões, mais do que o lucro lucro líquido de R$ 4 bilhões registrado no primeiro trimestre de 2019. A Ambev teve a quinta maior desvalorização em dois dias, de R$ 4,2 bilhões.

 

Na contramão, Hapvida teve a maior valorização na B3 nesses dois dias de turbulência global, de R$ 1,5 bilhão. Terceira maior operadora de planos de saúde do país, a companhia comprou o grupo São Francisco, de Ribeirão Preto (SP), um negócio de R$ 5 bilhões e suas ações subiram hoje 7%, após o anúncio da aquisição.

 

Estatais que estão na lista de serem privatizadas também registraram aumento no valor de suas ações. Sabesp e a BR Distribuidora, com ganhos de R$ 956,9 milhão e R$ 955,3 milhões, respectivamente.

 

Ao anunciar um novo aumento de tarifas para os produtos chineses a partir de sexta-feira (10/05), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mexeu com os mercados no mundo inteiro e fez as bolsas estrangeiras desabarem.  

 

O Índice Bovespa registrou queda de 0,65%, nesta terça, fechando em 94.388 pontos e, pelas estimativas do economista Sidnei Nehme, da NGO Corretora, para o indicador conseguir  subir além de 95.000 pontos, será preciso que o governo se articule melhor para aprovar a reforma da Previdência no Congresso ainda neste ano.