Desde 4 de maio de 2012, a caderneta de poupança passou a ter dois tipos de remuneração. As aplicações feitas até 3 de maio daquele ano, ou seja, na Poupança Velha, continuaram rendendo antes da nova regra, 0,5% ao mês mais TR (Taxa Referencial, que atualmente está zerada), ou seja, 6,17% ao ano. Enquanto isso, a regra da Poupança Nova, ou seja, para aplicações feitas a partir de 4 de maio de 2012, determina que, toda vez que a Selic ficar abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento seria de 70% da Selic mais TR. A partir de hoje, esse rendimento passou de 4,37% para 5,43% ao ano, de acordo com os cálculos de Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac).
“A poupança continua sendo a melhor alternativa para investimentos de baixo valor do que os fundos, porque não paga Imposto de Renda e não tem taxa de administração. A partir de dezembro, a caderneta terá um rendimento maior, porque a regra antiga vai voltar a valer para os dois tipos de poupança. Mas é preciso ficar atento que o rendimento ainda vai perder para a inflação, que está acima de 10%”, explicou Oliveira, ao fazer comparações com outros fundos de renda fixa.
Segundo ele, mesmo com a remuneração atual da poupança nova de 5,43%, a caderneta continua sendo mais atrativa do que os fundos cujas taxas de administração superiores a 1% ao ano, se o dinheiro ficar aplicado por prazos muito curtos, porque são livres do imposto de renda. “Mas ainda temos uma perda real para a inflação”, reforçou.
Não à toa, os saques na poupança estão aumentando em um cenário de desemprego elevado, preços de tudo nas alturas e famílias cada vez mais endividadas. Conforme dados do Banco Central, em setembro, os saques da caderneta de poupança superaram os depósitos em setembro e houve uma saída líquida de R$ 7,7 bilhões. O saldo total das aplicações somou R$ 1,031 trilhão.
Alerta para a volta da TR
De acordo com Ribeiro, a partir de agora, com a Selic em 7,75%, a TR deixará de ser zero, o que vai ajudar a elevar a remuneração da poupança também, mas, por outro lado, a notícia não será boa para quem tem financiamento imobiliário com contratos de juros pós-fixados mais a TR.
“É preciso ficar de olho, porque, a partir de dezembro, as parcelas devem aumentar por conta da TR, que não será mais zerada, inevitavelmente, apesar de não ser muito alta agora”, alertou.