Em 2018, servidores da Receita Federal, do Banco Central, do Tesouro Nacional e das demais carreiras que formam a elite do funcionalismo público votaram em massa em Jair Bolsonaro para a Presidência da República.
O argumento foi de que o momento era de evitar a volta do PT do poder. Foi uma campanha aberta, apesar de essas carreiras terem sido as mais beneficiadas durante os governos petistas.
Para se ter uma ideia, ainda no governo de Dilma Rousseff, enquanto o carreirão, que agrega 80% do funcionalismo federal, teve aumento de 10% divididos em dois anos, a elite dos servidores garantiu reajuste de mais de 27% divididos em quatro parcelas.
No governo Dilma, por sinal, a elite do funcionalismo era conhecida como sangue azul, pelos privilégios recebidos. Agora, com a preferência de Bolsonaro pelos policiais federais, as carreiras resolveram se voltar contra o governo.
A guerra na Esplanada é geral, com cada um querendo garantir um naco no Orçamento da União. Por enquanto, só as carreiras policias têm reservados quase R$ 2 bilhões para reajustes em 2022.
Abertamente, servidores da elite do funcionalismo dizem que se arrependem de terem apoiado Bolsonaro nas últimas eleições. E prometem fazer de tudo para que ele não seja reeleito, inclusive, apoiar a volta do PT ao poder.
A ameaça é de greve geral nas próximas semanas, se o governo não garantir aumentos salariais para todos. A última grande greve do funcionalismo foi há nove anos.
Brasília, 19h17min