Ex-diretor do Banco Central, o economista-chefe do Banco BTG Pactual, revisou suas projeções e prevê, agora, corte de um ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) em abril, de 12,25% para 11,25% ao ano. Ele diz que apostava em redução de 0,75 ponto, em linha com o que o BC havia sinalizado, mas foi obrigado a rever as estimativas para os juros depois da divulgação, na sexta-feira, do índice de inflação de fevereiro, de 0,33%, que ficou bem abaixo das estimativas médias do mercado, de 0,43%.
Loyo não acredita na possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) ser mais agressivo e reduzir a Selic em mais de um ponto percentual na reunião de abril. No cenário base do ex-diretor do BC, o Copom fará dois cortes seguidos de um ponto nos juros em abril e em maio, derrubará a taxa básica em mais 0,75 ponto em julho e encerrará o ciclo de flexibilização monetária em setembro, com corte de 0,5 ponto. Com isso, a Selic encerrará 2017 em 9%.
Na avaliação de Loyo, segundo relatório enviado a clientes do BTG Pactual, todas as medidas de inflação usadas pelo BC para definir os rumos da Selic estão abaixo do projetado. Além disso, a atividade está mais fraca que o esperado, houve uma valorização do real acima do previsto e o andamento das reformas no Congresso, incluindo a da Previdência Social, está em um ritmo mais acelerado que o imaginado. Ou seja, a combinação desses fatores permite apostar em cortes mais agressivos nos juros.