HAMILTON FERRARI
Os economistas estão diminuindo suas projeções para a taxa Selic de 2019. A mediana das expectativas do mercado está atualmente em 8% ao ano, mas alguns analistas avaliam que os juros podem terminar o próximo ano abaixo disso, entre 7,5% e 7,75%.
Um deles é o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal. Ele avalia que, com o dólar rondando R$ 3,70, os juros podem seguir “tranquilamente” em 6,5% ao ano até o segundo semestre de 2019. A queda na cotação da moeda norte-americana tende a reduzir as pressões inflacionárias.
Ivo Chermont, sócio e economista-chefe da Quantitas Asset, espera que a primeira alta na Selic ocorra apenas em setembro do próximo ano. “Sabemos há um período longo até lá. É uma estimativa de 11 meses, então, quanto maior a distância, maior a margem de erro. Mas, por enquanto, não há motivos para o Banco Central estar pensando em aumentar juros”, apontou.
Os dois economistas também alegam que há chances de que não seja necessário elevar a Selic em 2019. “Consigo traçar um cenário plausível sem alta da Selic e só em 2020 teríamos um processo de normalização das taxas”, disse Chermont. “Mas isso dependeria de termos a aprovação das reformas, porque há um cenário externo que será, no mínimo, tão ruim quanto foi em 2018. A não aprovação das reformas tende a frustrar as expectativas, o que levaria a uma pressão maior por conta do dólar e que torna necessária a alta antes do fim do ano”, avaliou Souza Leal.
Brasília, 18h16min