paulo tavares - ana2 16/04/2019. Credito: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A. Press. Brasil. Brasilia - DF. CB Poder. Economista Demetrius Lucindo (terno) e o Presidente do SindiCombustiveis, Paulo Tavares.

Distribuidores alegam problemas para a compra de combustível no DF e em Goiânia

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

Apenas um dia depois de a Petrobras reajustar os preços da gasolina e do diesel, distribuidores de combustíveis do Distrito Federal contam que transportadores já encontram dificuldade para comprar os produtos.

 

O presidente do Sindicombustíveis-DF, Paulo Tavares, contou que foi informado por associados e caminhoneiros de que há problemas de abastecimento do diesel S10, nesta quarta-feira (27/10), em Goiânia, pois o produto já não está mais disponível para a compra. Ele acrescentou que, no Distrito Federal, por enquanto, está ocorrendo uma “adequação” do estoque por conta do limite imposto pela Petrobras, que reduziu as cotas para a compra. Algumas bandeiras já encontram problema com a gasolina e os caminhoneiros não estão carregando “quase nada” a partir de hoje.

 

“Já começou a faltar produto, conforme as distribuidoras alertaram”, disse Tavares que relatou o problema dos caminhoneiros ao Blog. Ele lembrou que, quando o aviso foi feito, as autoridades negaram o problema.

 

Procurada, a estatal disse negou problema de abastecimento e, por meio de nota, que “a sua disponibilidade de combustíveis para as distribuidoras está normal”.

 

Aliás, a briga entre os distribuidores e a Petrobras é grande, porque nenhum deles quer assumir o prejuízo da da defasagem dos preços no mercado interno com o internacional importação com o dólar nas alturas, principalmente, devido ao aumento da desconfiança dos investidores no governo, que ameaça acabar com o teto de gastos para adotar medidas eleitoreiras. Com isso, a estatal reduz as cotas de fornecimento para não ter que importar para atender a demanda interna enquanto o preço do barril do petróleo lá fora sobe devido à redução da oferta. Já os distribuidores não querem assumir esse ônus que a companhia tenta transferir, pagando mais caro pelo combustível importado do que pagariam comprando da estatal.

 

De acordo com estimativas de Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), após o reajuste da Petrobras que entrou em vigor ontem, a defasagem no preço dos combustíveis, que estava em torno de 20%, passou para 13% no caso do diesel e para 11% no caso da gasolina.

 

Desde ontem, o diesel e a gasolina estão 9,15% e 7,05%, respectivamente, mais caros nas refinarias. Com isso, a inflação de novembro deverá ser ainda mais alta, de acordo com analistas do mercado, que estimam um impacto de 0,45 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês que vem. Os postos do DF já reajustaram os preços da gasolina que, em alguns pontos de venda já custa mais de R$ 7.