PAULO SILVA PINTO
A prisão de Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na terça-feira (19/02), não poderia ocorrido em um dia pior para ele. Era a data marcada para a reunião de diretoria da entidade. Na ausência de Robson, o encontro foi comandado por Paulo Afonso Ferreira, um dos cinco vice-presidentes executivos e, dentre eles, o mais próximo do principal nome da CNI.
A prisão não foi discutida na reunião. Mas Ferreira tentou fazer do limão uma limonada: propôs que se fizesse ali uma moção de apoio a Robson para ser assinada por todos os presentes. Mas seria melhor ter ignorado a prisão por completo: a proposta foi recusada, o que pegou mal para o presidente.
Robson, acusado de fraudar o Sistema S, foi libertado à noite. Mas, para dirigentes da entidade, a imagem dele está muito comprometida. “Como pode alguém que foi preso discutir interesses da indústria com o governo?”, indaga um membro da diretoria que prefere não ser identificado.
Brasília, 19h07min