Conforme os dados coletados pelo Greenpeace junto ao Inpe, pelo menos, 36 mil hectares de floresta foram perdidos, um novo recorde que o país não tem nada a comemorar. Apesar de uma cobertura de nuvens superior, houve um aumento de 12,5% em relação a março de 2020.
“O que já é ruim pode piorar, com Ricardo Salles trabalhando contra o meio ambiente e o Congresso Nacional trabalhando para legalizar grilagem, flexibilizar o licenciamento ambiental e abrir terras indígenas para mineração, o desmatamento tende a continuar em alta”, destacou Cristiane Mazzetti, Gestora Ambiental do Greenpeace, em nota enviada ao Blog.
De acordo com a entidade, é difícil imaginar uma solução para a Amazônia proposta por um governo responsável por um aumento histórico do desmatamento. As taxas de aumento da destruição da floresta nunca foram observadas desde 2008, e superam as de 9% de crescimento em 2020 comparado ao ano de 2019.
O Greenpece lamentou o fato de que o governo continua reduzindo investimentos na fiscalização na área ambiental e, com isso, “corta recursos para a proteção do meio ambiente, conforme o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021”. Assim a impunidade cresce no campo e na floresta, e “grandes polígonos de desmatamento têm sido cada vez mais observados nas imagens de satélite, com áreas de mil, 3 mil e até 5 mil hectares”.
“Não será um rascunho desconexo de plano (Plano Operativo 2020-2023) para o controle do desmatamento, ou um acordo a portas fechadas com os Estados Unidos que reverterá toda a avalanche de destruição na Amazônia”, frisou o comunicado. “Voltamos à era dos grandes desmatamentos e em meio a medidas que promovem o desmatamento na Amazônia e premiam os criminosos, o Deter de março é mais um motivo para que o governo Biden não assine um “cheque em branco” com o governo de Bolsonaro”, lamentou Cristiane.