Há tempos se fala que o governo de Jair Bolsonaro tinha conexões no exterior para interferir nas eleições brasileiras, seja por meio das milícias digitais para destruir reputações, seja para tirar a credibilidade das urnas eletrônicas.
Agora, se sabe, por meio do hacker Walter Delgatti, que Bolsonaro tinha contratado “agentes externos” para grampear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quando visitou Israel, parte da comitiva do então presidente teve agendas fora do programa oficial. Em Israel, sabe-se, há grupos altamente especializados em invadir sistemas de empresas e grampear pessoas.
Na Rússia, a agenda secreta ficou por conta de Carlos Bolsonaro, o filho 02. Toda a agenda de Carluxo foi preparada pelo então assessor especial da Presidência Tercio Arnaud, integrante do Gabinete do Ódio. Ele foi antes para Moscou na comitiva que preparou a viagem presidencial.
Nas Arábias, eram constantes as viagens do deputado Eduardo Bolsonaro, o 03, para o Bahrein. A frequência dele naquele país chamava a atenção até dos árabes. Praticamente nenhuma das escapulidas do parlamentar para o Oriente Médio estava na agenda oficial.
Agora que o hacker revelou a existência dos “agentes secretos” de Bolsonaro, ficará mais fácil para a Polícia Federal rastrear de onde são esses personagens. Bolsonaro propôs a Delgatti que assumisse o grampo que teria sido feito contra Alexandre de Moraes. Segundo Bolsonaro, se um juiz mandasse prender o hacker, ele mandaria prender o juiz.