Correntistas e empresários protestam contra fechamento de agência do Banco do Brasil

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POR DEBORAH FORTUNA

O fechamento de 402 agências do Banco do Brasil e a transformação de outras 379 em postos de atendimento têm causado transtorno para milhares de clientes da instituição financeira em todo o país. No Distrito Federal, serão encerradas as atividades de 20 unidades. Ontem, moradores e comerciantes das quadras 406 e 407 da Asa Sul protestaram contra o processo. A agência que funciona no local dará expediente somente até 28 de janeiro.

Inconformados com o fechamento, os manifestantes se reuniram em frente à agência do BB com faixas, carro de som e petições para que o lugar continue funcionando. Segundo a líder da manifestação, Elizabete Alves de Souza, desde dezembro, quando descobriram que as atividades no local seriam encerradas, os clientes têm tentado barrar a mudança.
Atualmente, o BB possui 202 unidades no DF, das quais 113 são agências e 89, postos de atendimento. A instituição financeira ainda possui na capital federal 106 correspondentes bancários, 1.283 caixas eletrônicos e 521 terminais da rede Banco 24h. No fim desse processo de reestruturação, o BB terá 89 agências e 93 postos de atendimento.

Abaixo-assinado

Há algumas semanas, os manifestantes entregaram um abaixo-assinado com pouco mais de 200 assinaturas, mas não receberam respostas do banco. Elizabete conta que também conversou com o dono do prédio que aluga o espaço, e que ele se mostrou flexível a uma negociação sobre o preço do aluguel. “O banco tem de ver o nosso lado, e não está vendo”, afirma.
Para a líder do movimento, motivos para a permanência da agência não faltam. No abaixo-assinado estão listadas alguns. Por exemplo, a localização, que ajuda o comércio e o acesso dos correntistas, já que abrange as quadras pares e o setor de embaixadas. Além disso, segundo ela, os clientes têm sido remanejados de forma aleatória, sem antes serem questionados para onde gostariam de ir.

Elizabete comenta que foi transferida para uma agência no Lago Sul, apesar de morar no Sudoeste, e trabalhar em uma lotérica que funciona em frente da antiga agência. “O banco tem que atender o povo para conversar, para ver o que pode ser feito. Eles não existem sozinho, sem a gente”, disse.

Transtornos

A dona de casa Joselira Correia, de 73 anos, também se mostrou insatisfeita com a mudança. Ela foi remanejada para uma agência na W3 Sul. “Eles estão complicando a vida do povo”, reclamou. Joselira foi até o banco para tentar sacar dinheiro, mas, apesar de a unidade só parar de funcionar no próximo dia 28, muitos serviços estão indisponíveis. Exisem avisos informando que os depósitos estão indisponíveis, mas vários clientes, como a dona de casa, não conseguiram sacar dinheiro ou fazer pagamentos.

Em resposta à reinvindicação dos clientes, o Banco do Brasil, em nota, informou que “revê permanentemente a rede de pontos de atendimento para buscar eficiência operacional e adequar os canais às demandas de seus clientes”. No caso específico da agência da 406/407 da Asa Sul, a instituição financeira informou que “os clientes terão suas contas e operações automaticamente transferidas para a agência da 507 Sul”, sem precisar fazer “qualquer procedimento adicional”. Os cartões e senhas para transações na nova agência, segundo o banco, serão mantidos, mesmo que haja alteração no número da conta.

Vicente Nunes