Copom reduz taxa Selic de 3% para 2,25%

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu, nesta quarta-feira (16/06), reduzir a Selic, taxa básica da economia, em 0,75 ponto percentual. Com isso, os juros básicos do mercado financeiro passaram de 3% para 2,25% ao ano, novo piso histórico. A autoridade monetária ainda manteve a porta aberta para novos cortes.

 

A decisão foi unânime e este foi o 8º corte consecutivo na Selic diante do cenário de queda da inflação pela falta de demanda em meio à desaceleração econômica devido à pandemia de covid-19, provocada pelo novo coronavírus. 

 

As estimativas do mercado apontando para um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, com alta de 1,6% enquanto a meta para este ano está em 4%, com piso de 2,5% e teto de 5,5% no acumulado em 12 meses.

 

A decisão ocorreu em linha com as expectativas do mercado eram de um corte de 0,75 ponto percentual, algo que animou os operadores do mercado de ações diante da falta de perspectiva de retorno para o investidor na renda fixa. A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) subiu 2,16% hoje, encerrando a 95.547 pontos, patamar considerado sobrevalorizado por especialistas mais críticos uma vez que os indicadores da economia não são nada animadores, com projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano sendo revisadas constantemente para baixo.

 

No comunicado, o Copom admitiu que o ambiente para as economias emergentes segue desafiador e avalia que diversas medidas de inflação subjacente se encontram abaixo dos níveis compatíveis “com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política monetária”. “O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções”, reforçou.

 

De acordo com o colegiado, “a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que o espaço remanescente para utilização da política monetária é incerto e deve ser pequeno.

 

Para as próximas reuniões, o Comitê informou que “vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda, e antevê que um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual”. O Copom ainda destacou que “segue atento a revisões do cenário econômico e de expectativas de inflação para o horizonte relevante de política monetária”, sinalizando, pelo menos, um corte.