Diante do grande aumento de pedidos de ajuda de brasileiros que vivem em Portugal para retornar ao Brasil, o Consulado do país em Lisboa foi obrigado a soltar um comunicado oficial informando não ter recursos para bancar passagens de avião nem outras despesas de cidadãos que decidiram viajar para o território luso.
“O Consulado-Geral do Brasil em Lisboa tem registrado aumento significativo de pedidos de repatriamento de cidadãos brasileiros recém-chegados a Portugal, que afirmam não ter condições de arcar com os custos dos bilhetes de retorno ao Brasil”, diz a nota oficial. “Lembramos ser de inteira responsabilidade do (cidadão) nacional os custeios dos gastos com sua hospedagem e alimentação em Portugal, além do custeio de passagens de retorno ao Brasil”, acrescenta.
O consulado lembra que, por lei, todas as pessoas que viajam do Brasil para Portugal devem apresentar a passagem de volta no momento de entrada no país europeu. O problema, dizem fontes ouvidas pelo Blog, é que muitos brasileiros cancelam o bilhete de retorno quando desembarcam para receber o dinheiro.
Essas pessoas fazem isso acreditando que vão ficar em Portugal, que arrumarão emprego fácil, terão condições de se bancar, mas acabam vendo que a realidade é muito mais complicada que o imaginado. Muitas acabam ficando sem recursos até para comer e sem ter onde morar, dependendo da ajuda de conhecidos.
O consulado diz não ter números precisos sobre quantos brasileiros pediram ajuda nas últimas semanas para retornar ao Brasil. Ressalta, ainda, que todos estão sendo encaminhados para instituições especializadas em socorrer imigrantes que enfrentam dificuldades. Uma delas, é Organização Internacional para Imigrações (OIM), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Essas instituições recebem, inclusive, dinheiro do governo de Portugal e da União Europeia para auxiliar imigrantes em dificuldades. Um dos programas da OIM é o Árvore, Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração. A determinação é para que “que os migrantes que necessitam e queiram regressar voluntariamente (aos países de origem) possam fazê-lo de forma digna e segura”.
A assistência prestada pela Árvore vai desde a compra das passagens áreas, passando pelo embarque, até à chegada dos beneficiados nos países de origem. Alguns, inclusive, recebem ajuda financeira para retomar a vida na volta ao Brasil, com orientação para empreenderem os próprios negócios.