Brasileiros que pedem socorro em Portugal para retornar ao Brasil foram enganados por influencers

Publicado em Economia

Parte dos brasileiros que estão em Portugal e pedem ajuda ao Consulado do Brasil em Lisboa para retornar ao país foi enganada por influencers por meio das redes sociais. Eles caíram na conversa de que a vida no país europeu é fácil, que há empregos de sobra e que é possível acumular patrimônio.

 

As promessas vazias difundidas por influencers brasileiros se disseminaram de uma tal forma, que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal abriu uma série investigações contra eles. Pelo menos 22 estão na mira da Justiça portuguesa por incitarem a imigração ilegal e darem golpes em desavisados.

 

Segundo o que a Justiça portuguesa já apurou, esses influencers brasileiros oferecem facilidades, cobram valores próximos de 3 mil euros (R$ 16 mil) para preparar as documentações necessárias, mas não entregam nada. Quando as vítimas chegam ao país europeu, ficam entregues à própria sorte, e o consulado brasileiro não têm como ajudá-las financeiramente.

 

O que chamou a atenção das autoridades foi o fato de os influencers darem mostras explícitas de ostentação de riqueza na internet. A maioria dos suspeitos é de jovens que chegaram a Portugal há, no máximo, quatro anos. Eles passam a postar imagens sobre casas novas e viagens, fazendo crer que é muito fácil melhorar de vida em terras lusitanas. Entre os investigados, há os que se apresentam como advogados, apesar de não terem registro oficial para atuar em Portugal.

 

Rede de golpes

 

A rede montada pelos influencers para enganar os incautos é grande. Eles conseguem oferecer às vítimas serviços de passagens aéreas, de assessoria sobre como funciona a legislação de Portugal, parcerias com advogados e comprovação de moradias como forma de tentar driblar a imigração.

 

Um das formas que o governo português encontrou para tentar conter esses influencers foi a criação de um visto temporário de até 180 dias para brasileiros que desejam procurar trabalho em território luso. Com isso, as autoridades acreditam que reduzirá muito a entrada de pessoas em Portugal como turistas, mas que, na verdade, têm interesse em permanecer no país para trabalhar.

 

Desde que os novos vistos temporários de trabalho entraram em vigor, no início de novembro, quase 10 mil brasileiros já se inscreveram no site do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o primeiro passo da licença para entrar no país europeu.