Os mesmos conselheiros que estão criticando a nomeação de Fausto Ribeiro para a presidência do Banco do Brasil propõem aumento de 28,04% nos salários dos diretores da instituição, o que, se aprovado, terá efeito direto na remuneração dos integrantes dos Conselhos do BB. A proposta será votada nas Assembleias Geral Ordinária e Extraordinária marcada para 28 de abril.
Os conselheiros recebem um décimo dos salários dos diretores do BB, que, com o aumento, passarão para R$ 66.808 mensais sem os benefícios indiretos. Portanto, cada conselheiro, com a correção dos contracheques dos executivos, passarão a receber R$ 6.680 por mês, em média. Isso, para participarem, muitas vezes, de uma reunião por mês. Mais do que essa remuneração, o que conta realmente para os conselheiros são as informações estratégicas do banco a que têm acesso.
No total, com o reajuste de 28,04%, o Banco do Brasil gastará, com o pagamento de honorários e benefícios dos integrantes da diretoria executiva e do Conselho de Administração do Banco do Brasil, R$ 97.043.053,92 entre abril de 2021 a março de 2022. Segundo a proposta, o aumento de 28,04% corresponde à variação da inflação, utilizando a diferença entre o INPC de 52,50% e o reajuste acumulado para os cargos de estatutários, 24,46%, apurados entre abril de 2013 e março de 2021.
Vale ressaltar que os diretores e os conselheiros do Banco do Brasil têm direito a vários benefícios, entre eles, mais um salário como “Gratificação Natalina” e programa de “Remuneração Variável para Administradores, equivalente a pagamento de até 60% de 13 salários para o exercício 2021 (sendo 50% referente ao máximo a ser pago em espécie e 10% referente à parcela à vista em ações do banco), bem como 40% de 13 honorários para pagamento das parcelas diferidas referentes aos programas de RVA 2017, 2018, 2019 e 2020”.
Não por acaso, a disputa está enorme por uma vaga no comando do Banco do Brasil. Mesmo vice-presidentes da instituição que criticaram a escolha de Fausto Ribeiro para comandar o BB, agora, mudaram o discurso e tentam se manter nos postos. Ribeiro, no entanto, já avisou que trocará vários ocupantes de cargos estratégicos. Ele quer pessoas de sua confiança nas vice-presidências e que tenham o aval do Palácio do Planalto.
Brasília, 10h17min