A comitiva presidencial e o comprador de vinhos

Publicado em Economia

LEONARDO CAVALCANTI

Antes de embarcar para a China na comitiva presidencial, um dos parlamentares procurou um sommelier de um restaurante badalado de Brasília para pedir indicações de vinhos. A ideia era aproveitar as escalas internacionais para comprar a bebida a preços mais em conta. As sugestões do especialista para o político foram os grand cru classé franceses.

 

Tais vinhos estão entre os melhores e mais caros da França e são originários da região de Bordeaux. Uma garrafa custa, pelo menos, R$ 500. A cota para compra de bens em viagens internacionais, entretanto, é de US$ 500 (R$ 1.575) — somados a um adicional em free shops. Assim, a depender da sede do político, ele teria de se contentar em comprar apenas seis unidades da bebida.

 

Todos os aviões da frota da Força Aérea Brasileira (FAB), que inclui a aeronave presidencial, passam por inspeções da Receita e da Polícia Federal. Ao pousar em solo nacional, técnicos dos dois órgãos se deslocam até a base para carimbar passaportes e verificar bagagens. Nos casos de estouro de cotas, há multas ou retenção dos produtos.

 

Em 1994, o então secretário da Receita Federal, Osiris Lopes Filho, pediu demissão do cargo depois que a alfândega do Rio de Janeiro liberou a bagagens de jogadores da Seleção. Durante o governo Itamar Franco, Osiris não viu motivos para que os tetracampeões deixassem de pagar imposto relativo ao excesso de bagagem trazida dos Estados Unidos.

 

Brasília, 20h05min