Em relato a interlocutores, o atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse ver espaço para a queda da taxa básica de juros (Selic), de 14,25% ao ano, na reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom). Para isso, no entanto, a instituição precisa comprar o ajuste fiscal prometido pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o que ainda não aconteceu.
Tombini não acredita, porém, que Ilan Goldfajn, seu sucessor, anuncie queda dos juros logo na primeira reunião do Copom que ele participará. A decisão poderia ser vista como um sinal de descompromisso com o controle da inflação. O problema é que, com a recessão no nível que está, a economia não aguentaria até o fim de agosto sem o afrouxo monetário. Portanto, na avaliação dos interlocutores de Tombini, Ilan não terá vida fácil.
Os mesmos interlocutores observaram que o diretor mais resistente à queda dos juros, Tony Volpon, das Área Internacional, também já fala, sem constrangimento, sobre a possível redução da Selic. Ao longo dos últimos meses, ele foi um dos principais críticos de um possível açodamento do BC na condução da política monetária.
Brasília, 15h05min