Com rombo de R$ 4 bi, Correios suspendem férias e horas extras

Compartilhe

O presidente dos Correios, Guilherme Campos, anunciou que a empresa passará por um forte processo de contingenciamento de despesas, para tentar reequilibrar o caixa. A estatal acumula prejuízos de mais de R$ 4 bilhões em apenas dois anos.

Campos avisou que a empresa suspenderá férias e acabará com horas extras. No caso das férias, segundo o executivo, os funcionários dos Correios só poderão tirá-las um mês antes de completarem dois anos de trabalho contínuo. É o limite previsto em lei.

No caso de haver dois integrantes de uma mesma família, eles só poderão sair de férias se um deles estiver no limite de dois anos.

No caso das horas extras, está suspensa a convocação de trabalhadores que não estejam na escala de plantão. Também serão revistos ou encerrados os contratos de trabalhadores temporários.

Sem socorro

Não há perspectiva de o Tesouro Nacional socorrer os Correios, que vêm perdendo mercado e não se preparou para enfrentar as novas tecnologias. A estatal também enfrentou péssimas administrações nos últimos anos, o que fez seus ganhos minguarem.

Além dos Correios, o fundo de pensão da empresa, o Postalis enfrenta problemas gravíssimos. Está praticamente quebrado, com rombo de quase R$ 6 bilhões provocado por anos seguidos de desmandos e roubalheira.

Para cobrir o buraco, os carteiros estão sendo obrigados a fazer uma contribuição extra ao Postalis. Só assim, terão a garantia de que receberão o complemento da aposentadoria quando decidirem deixar o mercado de trabalho.

Muito do rombo dos Correios e da Postalis tem a ver com o loteamento do governo. As empresas estatais e os fundos de pensão ligados a elas sempre foram rateados entre os partidos políticos em troca de apoio político no Congresso.

O problema é que esse rateio facilita a corrupção e estimula os desvios. Os governos, infelizmente, fecham os olhos, para manter a maior base se apoio possível no Legislativo.

Brasília, 15h01min

Brasília,

Vicente Nunes