ROSANA HESSEL
O Banco Central elevou a taxa básica da economia (Selic) de 2% para 2,75% ao ano, nesta quarta-feira (17/03). A decisão faz o Brasil subir três posições no ranking das maiores taxas de juros reais (descontada a inflação) do mundo, conforme levantamento feito pela Infinity Asset Managment.
De acordo com os dados da gestora de recursos, após o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a Selic em 0,75 ponto percentual, o Brasil passou da 9ª para a 6ª colocação em uma lista de 40 nações e deixou de ter juro real negativo.
Com taxa real de 0,76% ao ano, o Brasil ficou acima da média, de -1,17% anuais. O estudo considera a inflação projetada para os próximos 12 meses, de 4,31% no caso brasileiro, de acordo com o economista-chefe da Infinity, Jason Vieira.
O ranking é liderado pela Turquia, com juros reais anuais de 8,26% e tem a Argentina na lanterna, com juros reais negativos de 12,24% ao ano.
“Os efeitos deflacionários da covid-19 dissiparam-se e a inflação de 12 meses já desenha um cenário de preços mais pressionados do que aquele observado no auge da pandemia, assim como a inflação de 2021 ganha força nas medidas, dando ativos à alta de juros, o que já afeta os diversos vértices da curva e termina por precificar uma taxa de juros reais positiva, quando comparado aos cenários anteriores”, destacou Vieira no documento.
De acordo com o relatório da Infinity, a probabilidade de a Selic ser elevada em 0,50 ponto percentual era de 70% e, portanto, a decisão mais agressiva na política monetária surpreendeu o mercado.
Os juros básicos estavam em 2% ao ano, o menor patamar da história desde agosto de 2020 e, no comunicado do Copom, o Banco Central sinalizou que poderá elevar a Selic em mais 0,75 ponto percentual na próxima reunião do colegiado, prevista para os dias 4 e 5 de maio.