Com a inflação em baixa, FGTS tem ganho real no ano

Publicado em Economia

HAMILTON FERRARI

Depois de anos seguidos de perdas, os trabalhadores estão contabilizando rendimento real nos depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Nos primeiros três meses de 2018, o ganho acumulado foi de 0,74% contra inflação de 0,70% medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ou seja, houve retorno real de 0,04%.

 

É pouco, mas segundo os especialistas, faz a diferença. Não se pode esquecer que, por conta da inflação alta, sobretudo no governo de Dilma Rousseff, os trabalhadores viram os depósitos no FGTS serem corroídos. A virada começou em 2017, quando houve ganho real de 0,55%, o primeiro em 10 anos. É importante lembrar que essa remuneração vai aumentar em agosto, quando o fundo repartir seus lucros com os cotistas.

 

Por lei, o rendimento do FGTS é de 3% ao ano mais a variação da Taxa Referencial de Juros (TR). Caso a inflação realmente feche 2018 abaixo de 3%, o fundo de garantia terá ganho real pelo segundo ano consecutivo. Ao menos, se estará preservando o patrimônio dos trabalhadores, que vinha derretendo.

 

Boa notícia

 

Nesta quarta-feira (11/04) o Senado aprovou em caráter terminativo, na Comissão de Assuntos Sociais, a possibilidade de os trabalhadores que pedirem demissão sacarem os recursos depositados no FGTS. O projeto, caso não haja contestação exigindo a votação em plenário, seguirá  para a Câmara.

 

Segundo o senador Paulo Paim (PT-RS), relator da matéria na Comissão de Assuntos Sociais, com tal decisão, se está mais próximo da “correção de uma distorção histórica” na legislação do FGTS, que  restringe o acesso do trabalhador a seu patrimônio.

 

E mais: a Comissão Mista que analisa a Medida Provisória 813, que liberou os saques de recursos do PIS e do Pasep para pessoas com mais de 60 anos, aprovou parecer do senador Lasier Martins (PSD-RS) permitindo regaste dos recursos por todos os cotistas, independentemente da idade. O potencial de liberação chega a R$ 33 bilhões. A MP vai, agora, para votação em plenário da Câmara e, depois, do Senado.

 

Brasília, 19h25min