Em menos de um mês, dois ministros caíram da Saúde por não concordarem com as imposições de Bolsonaro, que não acredita na gravidade da covid-19 e quer acabar com o isolamento social, apesar de saber que o sistema de saúde do país não suportará o aumento de casos de contaminação pelo novo coronavírus.
Bolsonaro está imbuído da missão de forçar governadores e prefeitos a retomarem todas as atividades econômica. Teich chegou a apresentar ao presidente um projeto de reabertura gradual da economia, sempre seguindo o que diz a ciência. O agora ex-ministro chegou a falar da necessidade de lockdown em determinadas regiões.
O presidente se recusou a aceitar as propostas de Teich, que vinha sendo humilhado publicamente. Chegou-se ao ponto de ele ser informado por repórteres, em uma coletiva, que Bolsonaro havia baixado decreto que colocava academias, salões de beleza e barbearias na lista de serviços essenciais.
General como sucessor
Tudo indica que o futuro ministro da Saúde será o general Eduardo Pazuello, hoje secretário executivo da pasta. Também voltaram na lista de apostas os nomes dos deputados Osmar Terra, que assina embaixo de todos os argumentos de Bolsonaro, e a médica Nise Yamaguchi, que também comunga dos pensamentos do presidente.
Enfim, Bolsonaro, ao forçar a demissão de Teich, mostrou que não está nem um pouco preocupado com a saúde dos brasileiros. A queda do ministro da Saúde acontece num momento crítico, em que os casos de contaminação e de mortes pelo novo coronavírus batem recordes diariamente.
Já são mais de 202 mil contaminados e quase 14 mil mortes. Para o presidente, no entanto, isso é nada quando o que está em jogo é seu mandato, pois ele está certo de que, com a economia afundando, será apeado do poder.
Brasília, 12h15min