20190518102226234132e Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Casas de câmbio “somem” com dólar apostando na alta de preços

Publicado em Economia

Várias pessoas que foram às casas de câmbio de Brasília na manhã desta quarta-feira (08/01) para comprar dólares voltaram para casa de mãos abanando. Foram informadas de que não havia dólares para venda. A estratégia das casas de câmbio é “sumir” com a moeda para vendê-las mais caro nos próximos dias.

 

A aposta entre os operadores de câmbio é de que as cotações da moeda norte-americana vão subir mais nas próximas semanas, diante do agravamento dos conflitos entre os Estados Unidos e o Irã. Na média, o dólar turismo está sendo ofertado no mercado, quando encontrado, a R$ 4,254, com alta de 0,17%.

 

Nos momentos mais tensos do ano passado, o dólar turismo chegou a ser vendido acima de R$ 4,50. Ou seja, as casas de câmbio acreditam que a divisa dos EUA podem voltar a esses patamares mais altos, aumentando seus lucros.

 

Susto

 

A servidora pública Sandra Santos, 42 anos, levou um susto quando chegou a uma casa de câmbio localizada num dos principais shoppings de Brasília. “Fui informada de que não havia moeda disponível para venda. Não me deram muito detalhes”, diz. Ela viajará para o exterior no fim de janeiro.

 

Informalmente, afirma Sandra, ela ouviu de funcionários da casa de câmbio que a empresa havia “sumido” com os dólares na expectativa de que as cotações aumentem. Esse mesmo relato foi ouvido pela estudante Maísa Cristina, que viajará para os Estados Unidos para um intercâmbio.

 

“Acho um absurdo o que está acontecendo. Não acredito que esteja faltando dólares nas casas de câmbio. Não há tanta procura para chegarmos a esse ponto. Para mim, isso é pura especulação”, reclama Maísa. “Espero que tudo volte ao normal rapidamente”, acrescenta. Ela quer comprar US$ 2 mil.

 

Tanto Sandra quanto Maísa esperam que o Banco Central haja rapidamente para evitar que as casas de câmbio retenham dólares visando apenas os lucros, prejudicando os consumidores. O BC vem abastecendo o mercado com dólares para evitar distorções. Mas as consumidoras querem mais.

 

Brasília, 12h22min