Economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros diz que o atual quadro fiscal tem trazido desafios para todos os entes da federação. Ele ressalta que as 10 capitais que já divulgaram seus relatórios bimestrais reportaram superavit primário de R$ 6 bilhões no primeiro semestre. Esse resultado, no entanto, tende a se reverter nos próximos meses.
Piora de R$ 10 bi
Barros é taxativo: “Fazendo uma simples simulação para o restante do ano, esses capitais entregarão resultado negativo de R$ 3,9 bilhões em 2016, isto é, uma piora de R$ 10 bilhões. Em outra simulação, utilizando a variação anual esperada para as receitas e despesas da União, chegamos a um deficit semelhante para esses municípios, de R$ 3 bilhões”.
Despesas não cedem
Na avaliação de Barros, considerando os dados completos do primeiro semestre, os municípios apontam para situação muito semelhante à observada nos estados e na União. “Em um momento em que as receitas estão caindo em termos reais e as despesas seguem regras rígidas, que não permitem cortes expressivos, a piora das contas públicas tende a se acentuar”, diz.
Municípios na penúria
Não por acaso, afirma o economista do Bradesco, várias prefeituras têm pedido socorro à União tentando acordos para alongamento dos débitos. Mas, por enquanto, o governo federal não sinalizou disposição em negociar com os municípios, até por falta de espaço fiscal. A boa notícia é que a renegociação da dívida dos estados pode dar um alívio aos prefeitos.
Brasília, 00h04min