Vacina CFM lança pesquisa com médicos sobre inclusão de vacina contra a covid para crianças no plano nacional de imunização. Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

Brasileiros de passagem pelos EUA se vacinam na xepa

Publicado em Economia

Brasileiros que estão de passagem pelos Estados Unidos, como funcionários de empresas aéreas, estão se aproveitando da xepa para se vacinarem contra o novo coronavírus. Xepa é a sobra de imunizantes no fim do dia, que, se não usados, devem ser descartados.

 

Ciente dessas sobras, os brasileiros ficam à espreita, esperando pelas chamadas. Isso acontece em todos os lugares onde estão sendo aplicadas as vacinas contra a covid-19, escolas, supermercados, farmácias, lojas de departamentos. Um piloto de avião contou ao Blog que estava numa loja do Walmart quando ouviu o chamado para a xepa.

 

O piloto diz que ficou impressionado com o sistema de vacinação nos Estados Unidos. Não lhe pediram nada, nenhum documento. Inclusive, nos postos de vacinação, estão afixadas placas dizendo que, ali, não vale a lei da imigração. Mesmo os que não têm autorização para viverem no país podem se vacinar.

 

Para o governo, mais do que se preocupar com a questão imigratória neste momento, o importante é imunizar as pessoas e conter a disseminação do novo coronavírus para que a economia possa voltar a todo vapor — apenas em março, os EUA criaram mais de 900 mil empregos.

 

Nesta segunda-feira (05/04), o governo norte-americano passou a vacinar todas as pessoas com mais de 18 anos. Os Estados Unidos estão imunizando, em média, de 2 milhões a 3 milhões de pessoas por dia. É 10 vezes mais do que o Brasil, que, somente em um dia, conseguiu aplicar vacinas em 1 milhão de pessoas. Depois, a média diária de aplicação caiu para 200 mil a 300 mil.

 

O Brasil está tão atrasado no processo de vacinação contra a covid-19 que, em várias localidades, voltou a faltar imunizantes. No Distrito Federal, foi suspensa a imunização de pessoas com mais de 66 anos porque os imunizantes disponíveis acabaram. É um perigo, dizem os especialistas.

 

Para os epidemiologias, o Brasil deveria ter seguido o exemplo dos Estados Unidos, que se preocupou, desde o início, em garantir doses de vacinas contra o coronavírus. Estima-se que aquele país tenha mais de 450 milhões de doses além do que precisa para imunizar todos os seus habitantes.

 

Brasília, 18h45min