Brasil ocupa sétima posição no ranking de juros reais mais altos

Publicado em Economia

HAMILTON FERRARI

O Brasil ocupa a sétima posição na lista dos maiores países com juros reais, ficando atrás de nações como Argentina, Turquia, Rússia e Índia. O levantamento faz parte do Ranking Mundial de Juros Reais, feito pela Infinity Asset Management. Nesta quarta-feira (20/3), o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a taxa Selic em 6,5% ao ano.

Os juros reais são a taxa nominal descontada da inflação. No ranking divulgado na manhã desta quarta pela Infinity, com base nas projeções para o mês de março, 92,5% dos países devem manter os juros, enquanto 7,5% optaram pelo corte e 6% elevaram as taxas. A média de juros reais entre as nações está positiva em 0,36% ao ano.

 

O Brasil cobra uma taxa real de 2,31% ao ano. “Reforçamos nossa projeção de manutenção (da taxa Selic em 6,5% ao ano) em vista à sinalização do BC (Banco Central) em seus comunicados e dado a elevada abertura do hiato do produto, demandando uma política estimulativa e dúvidas quanto aos efeitos das reformas nos índices de confiança de investidores e consumidores”, avalia o relatório da Infinity. Em termos nominais, o Brasil fica na 6ª colocação, acima da Índia, que anunciou um corte recente.

 

A taxa Selic do país completará nesta semana um ano que está em 6,5% ao ano, considerado o patamar mais baixo da história. A inflação também tem se comportado e provavelmente completará, em 2019, o terceiro ano consecutivo que estará abaixo do centro da meta, estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

 

A perspectiva de analistas é a de que, se a reforma da Previdência for aprovada no Congresso Nacional, com economia robusta em 10 anos, os juros poderão ceder ainda mais, indo para até 5,5% ao ano.

 

Enquanto não houver uma sinalização de que o texto apresentado pela equipe econômica tem grandes chances de ser aprovado, o Banco Central não deve alterar a Selic. A reforma é considerada fundamental para arrumar as contas públicas e atrair investimentos estrangeiros.

 

Ranking (taxa de juros descontadas a inflação projetada para os próximos 12 meses)

1º – Argentina (10,19%)
2º – Turquia (6,91%)
3º – México (4,18%)
4º – Indonésia (3,84%)
5º – Rússia (3,30%)
6º – Índia (2,48%)
7º – Brasil (2,31%)
8º – Malásia (1,94%)
9º – África do Sul (1,62%)
10º – Filipinas (1,47%)
(…)
34º – Alemanha (-1,7%)
35º – Suécia (-1,96%)
36º – Bélgica (-1,98%)
37º – Áustria (-1,98%)
38º – Reino Unido (-2,14%)
39º- Holanda (-2,37%)
40º – Hungria (-2,54%)

 

Brasília, 13h07min