Isso mostra o quanto a falta de crescimento econômico prejudica uma Nação. Não basta apenas programas sociais para reduzir a pobreza. É preciso que a economia cresça, com a inflação sob controle, que gere emprego e que a renda de multiplique. É muito provável que o IDH de 2016 seja bem pior.
Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano, somente dois países teriam queda maior no ranking do IDH se a desigualdade social entrasse no cálculo do indicador: Irã, que perderia 40 posições, e Botsuana, que desceria 23 degraus. A ONU informa que, de acordo com o Coeficiente de Gini, que mede a distância entre ricos e pobres, o Brasil é o 10º mais desigual entre 143 países.
Os cálculos da desigualdade dentro do IDH levam em conta, entre outros pontos, a rendas e a educação. Quando a renda é considerada, o IDH do país cai 37,8%. Quando entra a educação, a perda é de 22,6%. Ou seja, o Brasil precisa, urgentemente, voltar a crescer e a gerar empregos, e melhorar — e muito — o acesso e a qualidade do ensino.
Para os coordenadores do IDH, apesar dos avanços registrados nos últimos anos no Brasil, muitas pessoas ainda continuam excluídas desse processo. O quadro se agravou porque, com a recessão, muita gente perdeu o emprego, ficou sem renda e teve de retroagir na escala social. Pelo menos 3 milhões de pessoas voltaram à condição de pobreza entre 2015 e 2016.
As perspectivas ainda são ruins para o Brasil. Em 2017, com todos os problemas políticos e as incertezas, é possível que a economia saia da recessão, mas o crescimento será pífio, de apenas 0,5%, insuficiente para reduzir o exército de quase 13 milhões de desempregados.