Ninguém mais se surpreende com as bravatas com presidente Jair Bolsonaro. Mas muita gente da Esplanada dos Ministérios está se perguntando se o chefe do Executivo vai piar com o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, como piou com o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.
Em setembro de 2020, Bolsonaro, em um de seus conhecidos arroubos, disse que demitiria o funcionário do Ministério da Economia que havia condicionado a criação do programa Renda Brasil ao fim do abono salarial e ao congelamento das aposentadorias. O funcionário era Waldery, homem de confiança do ministro Paulo Guedes.
Durante todo aquele dia, em que o presidente disse que não tiraria dos pobres para dar ao paupérrimos, Waldery esteve com a cabeça a prêmio. Especulou-se, inclusive, sobre vários nomes para substitui-lo. O tempo passou e o secretário continua firme e forte no cargo.
Agora, Bolsonaro quer demitir o presidente do Banco do Brasil porque ele anunciou um plano de reestruturação da instituição que prevê a demissão voluntária de 5 mil empregados e o fechamento de 361 pontos de atendimento, sendo 112 agências.
Crivo de Paulo Guedes
Esse plano, por sinal, passou pelo crivo do ministro Paulo Guedes e foi submetido a vários integrantes do Palácio do Planalto. Não se pode, portanto, dizer que Bolsonaro foi surpreendido com os ajustes propostos para o Banco do Brasil, que prevê economia de quase R$ 3 bilhões até 2025.
Um importante integrante da Esplanada diz que, assim como ocorreu em relação a Waldery Rodrigues, seria muito bom que Bolsonaro piasse no caso de André Brandão. Além de ser excelente profissional, o presidente do Banco do Brasil fez tudo às claras.
Além disso, o governo prometeu mundos e fundos para que Brandão deixasse o emprego no HSBC de Nova York e transferisse toda a sua vida para o Brasil. “Espero que Paulo Guedes faça valer a Justiça. Se deixar Bolsonaro demitir Brandão mostrará o quanto está fraco. Será uma injustiça”, afirma outro integrante da Esplanada.
Brasília, 11h55min