RENATO SOUZA
Militares do alto escalão das Forças Armadas avaliam que o presidente Jair Bolsonaro não tem outra opção a não ser a de comprar a vacina produzida em parceria entre a China e o Instituto Butantan, caso ela seja a primeira a ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As declarações do chefe do Executivo de que não compraria a vacina chinesa repercutiram mal nas Forças Armadas.
Os generais do Exército e oficiais da Força Aérea e da Marinha compactuam com a visão do vice-presidente, Hamilton Mourão, de que o governo federal deve adquirir as doses. “O presidente foi muito infeliz nas declarações. Se a vacina chinesa for aprovada pela Anvisa, tem que comprar. Não tem outra opção”, disse um general ouvido pelo Blog.
Auxiliares da presidência já avaliam que Bolsonaro pode mudar de ideia em breve e autorizar a compra da CovonaVac, embora continue sendo contra a vacinação obrigatória. São Paulo se prepara para adquirir 46 milhões de doses. Mas o Instituto Butantan já declarou que pode realizar uma produção em larga escala, se necessário.
As declarações sobre a vacina e em relação à Amazônia têm gerado indisposição entre o presidente e seu vice, que se articula para apagar a imagem de que o governo é conivente com o desmatamento. Mourão viaja nesta semana para o Amazonas, acompanhado de vários embaixadores estrangeiros. Quer mostrar as ações feitas pelo governo para o combate às queimadas.
Brasília, 12h27min