Bolsonaro seguiu a recomendação de deputados e senadores, que não veem motivo para que servidores públicos sejam proibidos de disputar eleições. A bancada de servidores, por sinal, aumentou muito em 2018 tanto na Câmara quanto no Senado, devido à onda que favoreceu candidatos oriundos de áreas militares e de segurança.
Na proposta original que chegou ao Palácio do Planalto, o Ministério da Economia havia sugerido o veto à possibilidade de candidaturas de servidores. Mas, quando esse assunto foi levado a parlamentares, a reação foi enorme. A gritaria acabou convencendo Bolsonaro a contrariar a equipe de Paulo Guedes.
O presidente só está encaminhando a projeto de reforma administrativa ao Congresso para dar uma demonstração de força ao ministro Paulo Guedes, cuja saída do governo é vista como possível por parte dos investidores. Essa ela vê Guedes enfraquecido.
Portanto, quanto menos briga comprar com o Congresso e com os servidores, melhor para Bolsonaro. Ele recomendou que a estabilidade seja mantida para os servidores atuais, mas admitiu que, no caso dos futuros contratados pelo setor público, esse ponto seja mais flexível.
A reforma administrativa também tratará, durante a discussão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que seguirá nesta quinta ao Congresso, da redução do número de carreiras no setor públicos e da redução de salários para entrada no governo. O Palácio do Planalto prevê um longo debate no Legislativo.
Brasília, 16h51min