Na avaliação do presidente, não há porque ser tão radical na reforma, sobretudo de for levado em consideração as disparidades regionais no país. Nos estados mais pobres, como o Piauí, a expectativa de vida dos trabalhadores não chega aos 70 anos.
Com isso, a economia prevista pelo governo com a reforma deverá ficar mais próxima de R$ 500 bilhões em 10 anos, metade do previsto pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), de R$ 1 trilhão em 10 anos. Essa economia de R$ 500 bilhões é a mesma prevista pelo Citi e pela consultoria Eurasia.
Bolsonaro tem todo o apoio da ala política do Palácio do Planalto, que considera esse projeto mais palatável. Não custa lembrar que essas idades mínimas já haviam sido citadas por Bolsonaro durante entrevista ao SBT, mas logo depois tudo foi negado pelo Planalto a pedido da equipe econômica.
Ao Blog, um integrante da equipe econômica afirma que o presidente está irredutível em relação à idade mínima. O que ele aceita negociar é o prazo de transição. Nesse caso, deve prevalecer a posição de Paulo Guedes de que a idade mínima de 57 (mulheres) e 62 (homens) seja atingida em 2022.
Esse tempo mais curto de transição, diz o mesmo técnico, garantirá uma economia maior. “Não sei se será possível chegar ao R$ 1 trilhão previsto pelo ministro, mas também não serão R$ 500 bilhões. A economia será maior do que isso”, ressalta.
Apesar de vários integrantes do governo dizerem que Bolsonaro ainda não viu o projeto de reforma da Previdência, o grosso das propostas já foi apresentado a ele. “A linha principal do projeto que irá para o Congresso já tem o aval do presidente”, garante o técnico da equipe econômica.
Brasília, 16h01min, atualizada às 19h10min