O presidente Jair Bolsonaro reconhece, em conversas com aliados, que perdeu boa parte do apoio dos agentes econômicos, mas acredita que, numa disputa em segundo para a Presidência da República em 2022 entre ele e Lula, o mercado financeiro “vai comer na mão dele”.
Para o presidente, na última hora, operadores do mercado, que hoje estão decepcionados com o governo, vão se conscientizar de que a volta do PT ao governo não seria boa para eles. Então, mesmo a contragosto, o apoio a Bolsonaro ficará explícito na hora certa.
A aposta de Bolsonaro é de que uma ala radical do mercado pensa como ele, inclusive nas questões ideológicos. Então, contra Lula, não será difícil reaver o apoio perdido temporariamente. Bastará encampar um discurso de austeridade fiscal contra a fala de Lula de Estado em favor dos pobres.
Ainda é cedo para saber se Bolsonaro está certo em suas previsões. Mas já se pode dizer que ele deu um gostinho para o mercado do que pretende fazer na campanha de 2022 ao defender a privatização da Petrobrás.
Brasília, 15h01min