GABRIEL PONTE
Os investidores estão apostando todas as fichas na vitória de Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais, em 28 de outubro. Muitos acreditavam que o candidato do PSL ganharia no primeiro turno, mas a grande vantagem conseguida por ele, de 46% ante os 29% de Fernando Haddad, do PT, elevou a confiança de que a fatura está praticamente liquidada.
Não por acaso, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) abriu a segunda-feira (08/10) com valorização de 6%, ganho que acabou diminuindo um pouco ao longo dia. Mesmo assim, o Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas no pregão paulista, encerrou as transações com alta de 4,57%, a maior para um único dia desde março de 2016.
Também o volume de negócios da Bolsa foi recorde: R$ 24,6 bilhões. Até então, o maior volume havia sido registrado em 18 de maio de 2017, de R$ 20,6 bilhões, dia seguinte à revelação das delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, que praticamente enterraram o governo de Michel Temer. Boa parte desse dinheiro veio do exterior. Os estrangeiros estão confiantes de que, ao assumir o Palácio do Planalto, Bolsonaro tocará um programa de reformas que ajudará na retomada do crescimento econômico.
Dentro do chamado Kit eleições, que engloba as ações de empresas estatais, os maiores destaques foram as ações da Eletrobras, que subiram, respectivamente, 18,31% (as preferenciais) e 17,33% (as ordinárias). Há um projeto no Congresso prevendo a privatização da companhia. Já as ações ordinárias do Banco do Brasil avançaram 9,68%. Na liderança dos negócios, as preferenciais da Petrobras saltaram 11,02% e as ordinárias, 9,49%.
Com a Bolsa em alta, o dólar derreteu. A moeda norte americana encerrou a segunda-feira cotada a R$ 3,77 para venda, com desvalorização de 2,33%. Há fundos de investimentos prevendo que, com a vitória de Bolsonaro, mesmo que em segundo turno, o dólar poderá ceder até os R$ 3,40, tamanha a enxurrada de dinheiro estrangeiro que entraria no país.
Brasília, 17h46min