Assim que o mercado foi avisado do pedido de demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) suspendeu os negócios com as ações da estatal. Na Bolsa de Nova York, o tombo foi de 16%. Os investidores estão em pânico. A Bolsa registra queda de quase 1%.
O dólar disparou. A moeda norte-americana está sendo negociada a quase R$ 3,77, podendo ultrapassar os R$ 3,80 caso o governo não consiga nomear alguém de peso para o lugar de Parente. A expectativa dos investidores é grande.
A Petrobras é a principal empresa do país. Durante a greve dos caminhoneiros, a estatal chegou a perder R$ 126 bilhões do valor de mercado. Registrou uma leve recuperação, mas, nesta sexta-feira (01/06), os preços da ações vão afundar.
Em leilão
Depois de reabrir as negociações com as ações da Petrobras, os papéis da estatal entraram em leilão, assim como as ações da BRF, empresa da qual Pedro Parente é presidente do Conselho de Administração. Esse é um procedimento normal em dias de tanta confusão.
Para os investidores, com a saída de Pedro Parente, é possível que o governo voltará a intervir nos preços dos combustíveis. Essa política intervencionista vigorou durante o governo de Dilma Rousseff, o que resultou em prejuízos de US$ 40 bilhões à empresa.
Quando assumiu o comando da Petrobras, Parente adotou uma política mais realista dos combustíveis. Desde julho de 2017, os ajustes nos preços passaram a ser diários, acompanhando as cotações do petróleo no mercado internacional e a variação do dólar. Isso recompôs o caixa da empresa.
Em sua carta de demissão, Parente disse que sua permanência à frente da Petrobrás “deixou de ser positiva”. Ele foi apontado como pivô da greve dos caminhoneiros. Vários integrantes do governo passaram a pedir a saída dele da companhia. Certamente, a Petrobras ficará menor.