RAFAELA GONÇALVES
Foi uma quinta-feira (12/12) de euforia no mercado financeiro. Tanto que a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) encerrou o pregão do dia nos 112.200 pontos, recorde histórico, com alta de 1,1%. O dólar caiu 0,58%, para R$ 4,093 na ponta de venda.
Tanto fatores internos quanto externos animaram os investidores. Por aqui, pesou, sobretudo, a queda da taxa básica de juros (Selic) para 4,5% ao ano, o nível mais baixo desde a criação do indicador. Agora, os investidores terão que assumir riscos, como os do mercado de ações, para garantir a proteção do patrimônio.
Outro fator interno importante foi o anúncio feito pela agência de classificação de riscos Standard & Poor´s (S&P), que melhorou a perspectiva para o Brasil e admitiu a possibilidade de rever a nota do país se o crescimento econômico voltar e o ajuste fiscal for mantido. O governo acredita que isso pode ocorrer em até dois anos.
EUA X China
Foi do exterior, no entanto, que chegou a informação que selou de vez a euforia: a possibilidade de os governos dos Estados Unidos e da China fecharem um acordo ainda nesta quinta-feira. Com isso, seria suspensa a entrada de sobretaxas impostas pelo governo norte-americano sobre US$ 160 bilhões em importações da China.
Para os especialistas, se a euforia se mantiver, é possível que o Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas no pregão paulista, passe dos 115 mil pontos até o fim de dezembro. A tendência é de o fluxo de recursos para a Bolsa aumentar.
Por enquanto, como diz Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central, hoje no Credit Suisse, a festa está sendo bancada pelos investidores brasileiros. Mas é possível que os estrangeiros, que continuam retirando recursos do país, retornem aos poucos para o mercado nacional.
Para 2020, já se fala em Ibovespa em 150 mil pontos e dólar oscilando entre R$ 4,10 e 4,20. Para isso, no entanto, a economia terá que engatar um crescimento mais forte, com inflação sob controle e sem ruídos políticos.
Brasília, 18h13min