bolsonaro-petrobras
bolsonaro-petrobras bolsonaro-petrobras

Bolsa cai mais de 11% e circuit breaker é acionado pela terceira vez na semana

Publicado em Economia

A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) abriu a quinta-feira em queda acentuada, de mais de 11%, e foi obrigada a suspender os negócios pela terceira vez nesta semana.

 

Desde 1997, quando foi criado, esta é a primeira vez que o circuit breaker é acionado por três vezes numa mesma semana. O Ibovespa, principal índice de lucratividade do pregão paulista, baixou até os 75.247 pontos, com queda de 11,65%. Os negócios ficarão suspensos por 30 minutos.

 

O pânico no mercado, está associado à disseminação do coronavírus, que vem empurrando a economia para a recessão. No Brasil, o quadro foi agravado pela derrota do governo no Congresso numa votação que derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro a novas regras do BPC, Benefícios de Prestação Continuada.

 

Segundo a equipe econômica, a decisão do Congresso custará R$ 20 bilhões por ano aos cofres públicos e R$ 217 bilhões em 10 anos, pondo em risco o ajuste fiscal. É possível que o governo recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de derrubar a medida.

 

Nova York parada

 

Em Nova York, a Bolsa iniciou os negócios com baixa de 7%, diminuiu um pouco essa queda, mas voltou a acentuar as perdas e o circuit breaker também foi acionado, interrompendo as negociações por 15 minutos.

 

Nesse caso, pesou, sobretudo, a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de suspender voos da Europa por 30 dias. Para analistas, essa medida é desastrosa e mostra dificuldade do governo da principal economia do mundo em lidar com o coronavírus.

 

A percepção é de que, a partir de agora, a economia norte-americana vai mergulhar numa espiral de recessão, contaminando todo o mundo — o Brasil é um dos países mais frágeis nesse contexto, porque a atividade já vinha em desaceleração.

 

O nervosismo foi tão grande, que o dólar já iniciou o dia acima dos R$ 5, um problemão para o governo, pois indica forte desconfiança na capacidade de Bolsonaro de liderar um processo de proteção do país, tanto na questão da saúde quanto na economia.