HAMILTON FERRARI
Com os mercados dos Estados Unidos fechados, por causa do feriado de 4 de julho, os investidores estão apostando tudo na aprovação do relatório da reforma da Previdência pela Comissão Especial. Se essa decisão sair nesta quinta-feira (4/7), se chegará ao exato ponto em que parou a reforma do governo Temer.
Tanta confiança levou o Ibovespa, índice que mede a variação das ações mais negociadas no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo, à pontuação recorde de 103.687 pontos, por volta da 12h30. Muitos especialistas acreditam que, aprovada a Previdência no plenário da Câmara ainda antes do recesso parlamentar, o Ibovespa caminhará para os 120 mil pontos.
Os mesmos analistas acreditam que, neste quadro mais positivo, o Banco Central cumprirá a promessa feita na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e cortará a taxa básica de juros (Selic), de 6,50% ao ano, no fim de julho. A redução deverá ser de 0,25 ponto percentual., para 6,25% anuais.
Recessão
Com a reforma bem encaminhada, ressaltam os analistas, não haverá argumento para o BC adiar o corte de juros como forma de estimular a economia, que afunda desde o início do ano. No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) teve queda de 0,2%. E deve ter tombo semelhante entre abril e junho, caracterizando recessão técnica.
Para os investidores, se aprovada a reforma da Previdência, num contexto de juros menores, os agentes econômicos se sentirão mais confortáveis para ampliar os negócios, um alívio para o desemprego que atinge mais de 13 milhões de pessoas e vem travando o consumo.
Na esteira do otimismo que domina o mercado hoje, o dólar está sendo negociado abaixo dos R$ 3,80, uma boa notícia para a inflação. Também por volta da 12h30, a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,79 para venda, com baixa de 0,97%. Com a reforma, é possível que o dólar volte a ser negociado próximo dos R$ 3,50.
Brasília, 12h45min