BC reduz estimativas para o investimento estrangeiro no país

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ROSANA HESSEL

Além de reduzir as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e do próximos, o Banco Central também revisou as estimativas para o setor externo e piorou as estimativas de entrada de investimentos no país.

Conforme dados do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), a projeção para o fluxo de Investimento Direto no País (IDP), passou de US$ 55 bilhões para US$ 52 bilhões, neste ano, e de US$ 60 bilhões para US$ 55 bilhões, em 2022.

“O investimento estrangeiro em ações de empresas brasileiras tem diminuído nos últimos meses, possivelmente, impactado pelas incertezas fiscais e pela queda recente dos preços das commodities”, destacou o relatório.

O documento informou que, apesar da recuperação na participação de capital estar em linha com o previsto, “as amortizações das operações intercompanhia têm sido maiores do que previamente esperado”. O texto destacou também que o aumento do diferencial de juros do Brasil em relação às economias avançadas aumenta a atratividade dos instrumentos de dívida locais, atraindo fluxos estrangeiros para títulos emitidos no país.

Com isso, para os investimentos em carteira, o BC manteve em US$ 21 bilhões a projeção do fluxo para o ano, “que deve registrar entradas líquidas pela primeira vez desde 2015”. A previsão para a entrada líquida de investimento em carteira em 2022, no entanto, passou de US$ 23 bilhões para US$ 11 bilhões.

O RTI mostrou ainda que BC aumentou a previsão do saldo negativo de todas as operações do país com o exterior. A previsão para o deficit em transações correntes deste ano passou de US$ 21 bilhões para US$ 30 bilhões. Enquanto isso, para 2022, a estimativa para o deficit em conta-corrente do país passou de US$ 14 bilhões para US$ 21 bilhões.

As estimativas para o superavit da balança comercial deste ano foram revisadas de US$ 43 bilhões para US$ 35 bilhões. E, para o ano que vem, o BC passou a prever saldo positivo de US$ 52 bilhões, em vez dos US$ 60 bilhões estimados no RTI de setembro.

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, minimizou a piora nas revisões do setor externo que constam no RTI divulgado hoje. “São revisões pequenas, O setor externo está extremamente sólido”, afirmou o diretor, durante a apresentação virtual a jornalistas do relatório.

Vicente Nunes