BC eleva previsão do IPCA de 2021 para 10,2% e a de 2022, para 4,7%

Compartilhe

ROSANA HESSEL

O Banco Central elevou a previsão para a inflação deste ano de 8,4% para 10,2% e elevou de 3,7% para 4,7% a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022, conforme dados do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira (16/12). E, para 2023, o BC manteve a estimativa do relatório de setembro para o IPCA, de 3,2%.

A meta de inflação deste ano, com teto de 5,25%, não foi cumprida e, pelas projeções do mercado, tudo indica que a do ano que vem, cujo teto será de 5%, também poderá ser descumprida pelo Banco Central, e o IPCA poderá ficar acima de 5,5%, mesmo com juros básicos de dois dígitos.

A mediana das estimativas do mercado para o IPCA do ano de 2021 está em 10,05%, abaixo da previsão da semana anterior, de 10,18%. Para 2022, a mediana da projeção foi mantida em 5,02%, acima do teto. A expectativa para inflação de 2023 passou de 3,50% para 3,46%, acima do centro da meta, de 3,25%, mas abaixo do limite de tolerância (4,75%).

No Relatório de Inflação, o BC reduziu as projeções para o PIB e reforçou a preocupação em manter a inflação dentro da meta e preservar o poder de compra da população. “A inflação ao consumidor continua persistente e elevada. A alta dos preços surpreendeu mais uma vez no trimestre encerrado em novembro”, afirmou o documento.

O cenário base para a inflação considerou taxa de câmbio de R$ 5,65, acima do valor do Relatório de Inflação de setembro, de R$ 5,25.  Com isso, as projeções do Copom de inflação situam-se de 10,2% para 2021, passando para 4,7%, em 2022, e para 3,2%, em 2023. Esse cenário, de acordo com o documento, supõe trajetória da taxa básica de juros (Selic), elevada recentemente para 9,25% ao ano, para 11,75% anuais durante 2022, terminando o ano em 11,25%, passando para 8%, em 2023.

Vicente Nunes