Se confirmado, será o primeiro resultado positivo desde 2007. As novas projeções do BC fazem parte do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira (25/03), onde a autoridade monetária reduziu de 3,8% para 3,6% a previsão para o crescimento do PIB deste ano e elevou de 3,4% para 5% a previsão para a inflação. Em dezembro de 2020, a projeção do BC para o saldo de transações correntes era de um deficit de US$ 19 bilhões e, no de março de 2021, passou para um superavit de US$ 2 bilhões.
“Essa revisão foi ocasionada, principalmente, pelo aumento do saldo comercial”, de acordo com o documento. Segundo o texto, apesar de terem começado o ano em nível deprimido, espera-se que as exportações aumentem a partir de março, “impulsionadas pelo escoamento da boa safra de soja, pelo patamar elevado para preços de commodities e pela recuperação da demanda internacional. Nesse contexto, as exportações devem atingir US$ 256 bilhões, “valor que se equipara ao recorde da série histórica atingido em 2011”.
A previsão anterior para as exportações estava em US$ 221 bilhões. As estimativas para as importações também aumentaram, passando de US$ 168 bilhões para US$ 186 bilhões. Com isso, o saldo projetado pelo BC para a balança comercial passou de US$ 53 bilhões para US$ 70 bilhões.
De acordo com o relatório, as exportações e as importações de bens e serviços, em 2021, devem variar, na ordem, 5,8% e 5,4%, ante
projeções respectivas de 6,1% e 2,6% apresentadas no RTI anterior. “A relativa estabilidade no crescimento esperado para as exportações repercute ligeira melhora na projeção para o embarque de bens – em linha com escoamento da safra de soja e a retomada da demanda internacional em ambiente de recuperação global – e redução na estimativa para exportação de serviços.” O documento ainda informou que, a despeito da taxa de câmbio mais alta, a elevação na previsão para as importações “reflete as já mencionadas compras de equipamentos para a indústria de petróleo e gás e expectativa mais favorável para indústria de transformação, com efeitos sobre a importação de bens intermediários”.
Em 2020, o fluxo de IDP encolheu 50% passando de US$ 69 bilhões, em 2019, para US$ 34 bilhões no ano passado. “Como tais fluxos são considerados de fundamental importância para a transferência de tecnologia, é possível que quedas duradouras dessa variável possam comprometer o processo de integração nas cadeias globais de valor e a competitividade dos países afetados, com consequências para seu desenvolvimento econômico de longo prazo”, alertou o BC no RTI, que destacou que o comportamento dessa variável no Brasil teve forte impacto da pandemia da covid-19.