POR ANTONIO TEMÓTEO
O Banco Central (BC) anunciou que oferecerá US$ 3 bilhões em leilão de linha na próxima segunda-feira, com liquidação em 2 de agosto. Em nota, a autoridade monetária informou que continuará a ofertar contratos de swap cambial, de acordo com as condições de mercado, para prover liquidez e contribuir para o bom funcionamento do mercado de câmbio.
Apesar disso, o BC não se comprometeu com um valor de contratos de swap. Na última semana, a equipe de Ilan Goldfajn prometeu ofertar US$ 10 bilhões, mas só fez leilões de US$ 5 bilhões. “O BC reafirma que não vê restrições para que o estoque de swaps cambiais exceda consideravelmente os volumes máximos atingidos no passado”, informou.
O estoque de swaps cambiais está, atualmente, em US$ 67,4 bilhões. O recorde foi atingido durante a gestão de Alexandre Tombini e totalizou US$ 115 bilhões. Ainda não está claro quanto a equipe de Ilan Goldfajn desembolsará para tentar conter a volatilidade cambial.
O dólar terminou o dia alta de 0,53%, vendido a R$ 3,783. A venda de US$ 1 bilhão em swaps cambiais ontem não foi suficiente para conter a escalada da divisa norte-americana. A autoridade monetária ainda detalhou que continuará a atuar em parceria com o Tesouro Nacional para prover liquidez e o bom funcionamento do mercado de juros.
No mercado, diversos analistas têm criticado a atuação do BC e têm pressionado para que a equipe de Ilan Goldfajn suba os juros para tentar conter essa volatilidade. Esse grupo avalia que com o diferencial de juros em relação aos Estados Unidos está nas mínimas históricas, é necessário um prêmio maior para que os investidores permaneçam no Brasil.
Entretanto, um outro grupo de analistas avalia que a alta da Selic traria mais prejuízos do que benefícios para o país. Na prática, a elevação da taxa levaria o país novamente para recessão, traria mais desemprego e resultaria em ganhos apenas para especuladores.