Um grupo de analistas admite a possibilidade de o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, zerar a taxa básica de juros antes mesmo da reunião marcada para 18 de março. Há quem aposte na possibilidade de o Fed realizar uma reunião extraordinária ainda nesta segunda-feira (09/03) se o pânico tomar conta de vez dos mercados financeiros.
A taxa básica de juros nos Estados Unidos está variando entre 1% e 1,25% ao ano depois de um corte extraordinário de 0,5 ponto percentual realizado na última terça-feira (03/03). Mas, em vez de acalmar os ânimos, esse movimento alimentou a visão de que o estrago provocado pelo novo coronavírus na economia norte-americana e na economia global é maior do que o imaginado.
O nervosismo atingiu um nível tão elevado na sexta-feira (06/03), como mostra o gráfico FRA-OIS (foto), que a liquidez praticamente secou no mercado norte-americano. Várias empresas ficaram sem condições de acesso a linhas de crédito por temor dos bancos de que uma onda de calote ganhe corpo. Essa escassez de recursos levou integrantes do Fed a procurarem participantes do mercado para entender o que estava acontecendo.
Pandemia
Os relatos ouvidos pelo Fed foram os piores possíveis. As previsões apontam para uma paralisia quase que total das economia onde o coronavírus está se disseminando. Fala-se, sobretudo, em fechamento do comércio em geral — na Coreia do Sul, um dos países mais atingidos pelo vírus, os shopping centers baixaram as portas —, quebradeira de empresas, principalmente do setor aéreo, e falta de peças e insumos para produção.
Na avaliação de operadores ouvidos pelo Fed, a recessão global já está contratada, pois os impactos do novo coronavírus só estão começando. As perguntas são mais frequentes são: qual será o tamanho do buraco na economia e se os governos realmente estão preparados para enfrentar uma pandemia.
A abertura dos mercados na Ásia já darão o tom do que será o início desta semana. A aposta é de que a segunda-feira começará movida pelo caos. O botão do pânico foi acionado. E os bancos centrais das principais economias estão preparados para agir. É bom preparar os nervos.
Brasília, 11h18min