“O Comitê julga que, no curto prazo, a inflação deverá refletir os efeitos altistas significativos e temporários da paralisação no setor de transporte de cargas e de outros ajustes de preços relativos. As medidas de inflação subjacente ainda seguem em níveis baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária”, ressaltou.
Sobre o crescimento, o BC disse que a evolução do PIB será ainda mais gradual do que o observado até abril. “A paralisação no setor de transporte de cargas no mês de maio dificulta a leitura da evolução recente da atividade econômica. Dados referentes ao mês de abril sugerem atividade mais consistente que nos meses anteriores. Entretanto, indicadores referentes a maio e, possivelmente, a junho deverão refletir os efeitos da referida paralisação”, destacou.
O BC também assinalou que o quadro externo se tornou mais desafiador, elevando a volatilidade. “A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes”, frisou.
Apesar de todos os riscos, o BC entendeu que a manutenção da Selic neste momento é a decisão mais adequada para a economia. Até o último instante, havia uma enorme pressão para que o Copom aumentasse os juros a fim de conter a alta do dólar. Mas prevaleceu a responsabilidade do BC, pois um aperto monetário neste momento poderia empurrar a economia novamente para a recessão.
Brasília, 18h09min