POR ANTONIO TEMÓTEO
Em decisão unânime e surpreendente, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros (Selic) em 6,5% ao ano. Na avaliação do Banco Central (BC), a piora do cenário externo, com redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes, pesou na deliberação.
A principal fonte de pressão para a inflação e para o BC é o dólar, que já se valorizou mais de 10% no ano. No pregão de hoje, a divisa norte-americana teve alta de 0,46%, cotado a R$ 3,679. Entretanto, ainda não está claro até quando esse movimento de encarecimento ocorrerá e em que intensidade.
O BC detalhou que no cenário com juros constantes a 6,50% e taxa de câmbio constante a R$/US$ 3,60, as projeções de inflação ficam em torno de 4,0% para 2018 e 2019. O que está claro é que a corrida eleitoral de 2018, com candidatos pouco ligados ao mercado liderando as pesquisas de intenção de votos, trará grande volatilidade para os preços dos ativos. O BC, entretanto, não sinalizou quando e se fará qualquer intervenção para conter a escalada do dólar.