POR ANTONIO TEMÓTEO
Após forte pressão do mercado, o Banco Central (BC) resolveu aumentar a intervenção no câmbio. Para isso, ampliará a oferta diária de contratos de swap cambial de 5 mil para 15 mil contratos. Com isso, a autoridade monetária triplica o nível de intervenção e passa a fazer a venda futura de US$ 750 milhões a partir de segunda-feira. Além disso, a rolagem diária de 4.225 papéis continuará normalmente.
A decisão da autoridade monetária ocorreu após o preço da divisa norte-americana subir pelo sexto pregão consecutivo. A alta chegou a 0,97%, vendida a R$ 3,740. Em nota, o BC informou que a atuação no mercado cambial é separada da política monetária, o que parte do mercado contesta, pois, se o dólar sobe, a inflação vai junto, e isso exige aumento de juros.
A equipe de Ilan Goldfajn reitera que eventuais impactos de choques externos sobre a política monetária são delimitados por seus efeitos secundários sobre a inflação. Além disso, o BC destaca que esses efeitos tendem a ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas e projeções de inflação ancoradas nas metas. “Não há, portanto, relação mecânica entre o cenário externo e a política monetária”, detalha, em nota.
O aumento da intervenção no câmbio foi acertado com o Palácio do Planalto. Em entrevista ao Correio, o presidente Michel Temer diz que autorizou a autoridade monetária a usar todas as ferramentas disponíveis para conter a arrancada do dólar, que encostou nos R$ 3,80 nesta sexta-feira (18/05).
Temer afirma que vem mantendo contatos constantes do Ilan para entender o que está ocorrendo no mercado de câmbio. Segundo o presidente, o movimento de alta do dólar é internacional. Mas isso não impede que o BC intervenha com mais força para evitar contágio na inflação. Temer quer que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique dentro da meta. “Em 12 meses, a inflação está em 2,8%”, diz o presidente.
Brasília, 18h12min