POR ANTONIO TEMÓTEO
O Banco Central (BC) fugiu do seu perfil tradicional e comunicou aos agentes econômicos logo cedo que está monitorando o impacto da delação de executivos da J&F e atuará para manter a funcionalidade do mercado. Os irmãos Bastista, donos da companhia que tem como principais marcas a JBS, a Alpargatas, o Banco Original e a Vigor, colocaram o presidente da República, Michel Temer, no centro da crise, após revelar que ele tinha conhecimento da distribuição de propina.
A autoridade monetária ainda informou que esse monitoramento e atuação têm foco no bom funcionamento do mercado. O BC ainda relatou que não há relação direta e mecânica com a política monetária, que continuará nos seus objetivos tradicionais. Dessa forma, a equipe de Ilan Goldfajn tenta acalmar os ânimos dos investidores.
Entretanto, no mercado o principal temor é que o balanço de riscos leve o BC a interromper o processo de queda de juros ou seja obrigado a subir a Selic para tentar acalmar o mercado, que exigirá prêmios de risco maiores para investir no Brasil.