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Banco do Brasil Foto: Edson Gês/CB/D.A Press Banco do Brasil

BB diz que não recebeu comunicação formal sobre demissão de Brandão

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

O Banco do Brasil (BB) não desmentiu os rumores da demissão do presidente da instituição, André Brandão, mas evitou dar mais informações. Em um breve fato relevante divulgado ao mercado, na manhã desta quinta-feira (14/01), o BB apenas informou que não recebeu “nenhuma comunicação formal por porte do acionista controlador” e que fatos adicionais, “julgados relevantes”, serão informados posteriormente.

O BB é controlado pela União e tem acionistas privados, com papéis negociados na Bolsa. Ontem, os boatos sobre a demissão de Brandão, após a irritação do presidente Jair Bolsonaro com a repercussão ruim do programa de reestruturação e de demissões do BB junto a parlamentares, derrubaram as ações da instituição na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), que encerrou o pregão com queda de quase 5%.

 

Hoje, os papeis do BB estão oscilando bastante, mas no campo negativo. Logo após a abertura do pregão da B3, as ações do BB lideravam as cinco maiores baixas, com queda de 1,17%, mas, pouco depois das 11h, apresentavam recuo de 0,80%, saindo da lista das maiores perdas do dia. Às 11h16, no entanto, registravam recuo de 1,01%.

 

Na segunda-feira (11/01), o BB anunciou o terceiro Programa de Demissões Voluntárias (PDV) em seis anos, prevendo um corte de 5 mil pessoas. Atualmente, o banco emprega 92,1 mil trabalhadores, menos do que os dois maiores bancos do país, Itaú Unibanco (97 mil) e Bradesco (95,9 mil). A expectativa do banco era de economizar até R$ 3 bilhões em cinco anos com o programa se a meta de adesão for alcançada.

 

Além do PDV, a direção do BB também divulgou um plano de reestruturação prevendo o fechamento de 361 postos de atendimentos, incluindo 112 agências pelo país. As medidas deveriam proporcionar uma economia de até R$ 2,7 bilhões em cinco anos. O plano de fechamento de agências teve aval do ministro da Economia, Paulo Guedes.

 

Brandão é o segundo presidente do BB do governo Bolsonaro. Seu antecessor, Rubens Novaes, pediu demissão, no ano passado, por não conseguir avançar no plano de privatização do banco, uma das promessas não cumpridas pelo ministro quando assumiu o cargo. Guedes prometia zerar o deficit primário do governo no primeiro ano e arrecadar R$ 1 trilhão com privatizações.

 

Veja, abaixo, a íntegra do fato relevante do BB assinado pelo vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores, Carlos José da Costa André.

 

 

FATO RELEVANTE

 

Em atendimento ao § 4º do art. 157 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, com a Instrução CVM
nº 358, de 03 de janeiro de 2002, e em referência às notícias divulgadas na mídia em 13 de janeiro
sobre suposta destituição do Sr. André Brandão do cargo de Presidente, o Banco do Brasil S.A. (“BB”)
informa que não recebeu no âmbito de seus órgãos de governança nenhuma comunicação formal por
parte do acionista controlador sobre qualquer decisão a respeito do assunto, conforme disposto no
Estatuto Social do BB e na Lei no. 4.595/1964.

 

2. Fatos adicionais, julgados relevantes, serão prontamente divulgados ao mercado.

 

Brasília (DF), 14 de janeiro de 2021.

 

Carlos José da Costa André
Vice-Presidente Gestão Financeira e de Relações com Investidores