Conforme aprovado em votação do estatuto — o resultado foi questionado por uma parte dos funcionários —, o Banco do Brasil fez o esperado aporte de R$ 999,9 milhões na Cassi, o plano de saúde de seus funcionários. A operadora enfrentava sérios problemas financeiros.
O dinheiro, segundo integrantes do BB, será suficiente para dar um fôlego à Cassi nos próximos dois ou três anos. Nesse período, a operadora terá que passar por uma ampla reestruturação, de forma a reduzir custos e a se tornar mais eficiente. Não haverá mais espaço para mordomias.
A votação em que se aprovou o novo estatuto da Cassi ocorreu em novembro passado. Foram necessárias três tentativas para que se chegasse a um acordo. A operadora é a maior do ramo de autogestão. Atende cerca de 670 mil vidas.
Mesmo com o aporte feito pelo Banco do Brasil, comunicado à Bolsa de Valores de São Paulo (B3), a Cassi ainda continuará sob direção fiscal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O órgão quer ter a certeza de que, a partir de agora, a operadora tem condições de andar com pernas próprias.
Dependentes
Pelo que foi aprovado, estão mantidos os percentuais de contribuição dos funcionários (4% do salário) e do BB (4,5%), mas foi introduzida a cobrança por dependentes: mais 1% de contribuição para quem tem um dependente, 0,5% para o segundo e 0,25% a partir do terceiro dependente, limitando a contribuição total do funcionário a 7,5% do seu salário. O BB também contribuirá para o pagamento dos dependentes.
Pelos cálculos de integrantes da Cassi, do total repassado pelo Banco do Brasil, R$ 588,1 milhões se referem a um retroativo, como se o novo modelo de custeio estivesse valendo desde janeiro de 2019. Outros R$ 450,9 milhões são referentes ao Grupo de Dependentes Indiretos (GDI).
Essa parcela estava provisionado no balanço do BB. Garante o ressarcimento de eventual prejuízo da operadora decorrente da utilização do plano por cerca de 2 mil beneficiários que perderam a condição de dependentes após a mudança estatutária de 1996 (pais, ex-cônjuges, etc). Já os associados, contribuirão com R$ 24,9 milhões.
Segundo o presidente da Cassi, Dênis Corrêa, a operadora vive um novo momento em sua história. “As mudanças no estatuto foram aprovadas, entregamos um Programa de Saneamento robusto para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e vamos avançar ainda mais na revisão de processos, eficiência operacional, informatização e projetos”.
Ele ressalta ainda, em nota, que a entrada de recursos foi fundamental para a sobrevivência da operadora. “Nós, associados, passamos a contribuir por nossos dependentes e o Banco do Brasil fez o aporte previsto na reforma estatutária, incluindo os repasses de maneira retroativa a janeiro de 2019”.
Brasília, Brasília, 10h38min