POR ANTONIO TEMÓTEO
Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (BC) manteve a taxa básica de juros (Selic) inalterada em 6,5% ao ano. A deliberação dos diretores do Banco Central (BC) era amplamente esperada pelo mercado e a tendência é de que a Selic permaneça nesse patamar, pelo menos, até o primeiro trimestre de 2019.
Sem riscos inflacionários no curto prazo, a autoridade monetária terá tranquilidade para manter os juros em 6,5%. Mesmo que o dólar aumente durante o processo eleitoral, a tendência é de que o impacto sobre os preços seja minimizado, diante da fraqueza da atividade econômica.
Além disso, após o impacto da greve dos caminhoneiros sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que levou a inflação a registrar alta de 1,26% em junho, o mercado já espera variação de preços de 0,12% em julho e de 0,07% em agosto. Há quem diga que existe risco de deflação no oitavo mês do ano.
Dessa forma, a equipe de Ilan Goldfajn não terá grandes dificuldades nos próximos meses na condução da política monetária. O maior risco é de um candidato da esquerda ser eleito presidente, o que afetaria o preço dos ativos, sobretudo o do dólar. Com isso, a moeda estrangeira seria cotada próximo de R$ 5 e teria impactos significativos na inflação.